A série «PEN15» regressou no passado dia 1 ao TVCine Emotion, para mais uma temporada “fora da caixa” sobre a adolescência e o amadurecimento feminino. Maya Erskine e Anna Konkle são as duas mulheres-fortes à frente desta narrativa inusitada: são criadoras, argumentistas, produtoras executivas e protagonistas. Em entrevista, explicam a origem desta série onde os adultos recordam os momentos mais traumáticos – e hilariantes – dos tempos de liceu.

PEN15

«PEN15» é uma abordagem única sobre a adolescência e diferente de tudo o que há em televisão – como tiveram a ideia de as duas, já adultas, interpretarem duas adolescentes no meio de outros atores mais novos?

Maya: Começou por sabermos que queríamos interpretar párias da sociedade, porque pensamos em nós como párias. Tivemos esta ideia complicada em que escapamos a um culto, nos escondemos numa família de acolhimento e andamos no liceu. Convidámos o nosso amigo Sam [Zvibleman] para escrever connosco. E ele perguntou porque não podíamos simplesmente estudar no liceu? Isso foi um momento de realização. Queríamos que a série fosse uma versão sem censura e R-rated do ensino médio, das nossas memórias dessa altura. Para fazermos isso, sabíamos que tínhamos de ter adultos nesses momentos R-rated. O que descobrimos foi que, ao estarmos a interpretar aquela idade, a audiência se ia sentir segura para rir com momentos traumáticos e embaraçosos. Em oposição a ser um jovem que podia estar potencialmente a passar por estes momentos, o que seria muito mais difícil de assistir.

A série foi acalmada pela crítica, recebeu duas nomeações para os Writers Guild Awards (WGA), uma nomeação ao Emmy em Argumento e gerou uma onda de seguidores devotos. Como reagem ao sucesso de «PEN15» até agora?

Maya: Eu filmei a reação da Anna no dia em que a série estreou. Tínhamos talvez dois seguidores no Instagram na altura e começámos a receber mensagens. Ficámos no chão a passar-nos.

Anna: Estávamos em choque e até confusas. Estávamos tão habituadas a ser os underdogs, a esforçar-nos, a lutar pelas nossas ideias.

Maya: É muito assustador revelares o teu diário a estranhos. Falar de masturbação, realmente não pensámos sobre isso. Para nós, na hora de escrever e filmar, era apenas trabalho. Mas assim que foi lançado, ficámos vulneráveis – e se a audiência odiar isto e nos odiar a nós? Ter alguém a identificar-se com estas histórias é um presente. Coisas de que nos sentimos envergonhadas tornaram-se coisas de que podíamos ter orgulho através da nossa arte, o que nos surpreendeu.

Anna: Começámos a escrever isto quando tínhamos 20 e poucos, agora temos 33. Tantos anos a trabalhar no vazio. Lembro-me do meu primeiro trabalho de representação, a sentir-me vulnerável e exposta. Escrevemos «PEN15» e atuámos, muito vulneráveis. Mas tivemos uma reação tão positiva que excedeu as minhas maiores expetativas. Foi realmente de loucos.

Entrevista completa na próxima edição da revista Metropolis

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