A história de Assane Diop (Omar Sy), o homem dos mil disfarces, conhece o seu (primeiro) final esta sexta-feira, na Netflix. Fique com a opinião da Metropolis, que teve acesso antecipado ao desfecho de «Lupin».
“A magia é a única profissão honesta. Um mágico promete que te vai enganar e faz isso”. A frase do mágico Karl Germain (Germain the Wizard) ilustra na perfeição a artimanha de Assane Diop (Omar Sy), sobretudo nesta segunda parte de «Lupin», onde a audiência já está familiarizada com o protagonista. O sucesso de «Lupin» foi tão significativo que, numa altura em que se assinala o final da segunda temporada, a Netflix já garantiu a próxima.
Na transição dos primeiros cinco episódios para a conclusão do conflito entre Diop e Hubert Pellegrini (Hervé Pierre), a audiência fica em stand by. Raoul (Etan Simon) foi raptado e Diop e Claire (Ludivine Sagnier) são deixados completamente desesperados, ao mesmo tempo que Guedira (Soufiane Guerrab) consegue finalmente estar frente a frente com “Sernine”. O sexto episódio dá início a um duelo muito difícil para Diop, que tenta levar a melhor sobre Leónard (Adama Niane), acabando por contar com uma ajuda improvável.
Muito inspirado pela obra de Arsène Lupin, cujas obras voltaram aos tops na sequência da série, Diop é o amável “vilão” que tenta derrubar o império de décadas de corrupção e abuso de poder de Pellegrini e Gabriel Dumont (Vincent Garanger). Uma tarefa que, como seria de esperar, não se adivinha fácil. E, mesmo quando o ciclo pode finalmente chegar ao fim, há sempre um contragolpe que parece deixar Diop em desvantagem.
Apesar dos trejeitos simples, a verdade é que o mistério em torno de Diop é estimulante para a audiência, que se tenta enturmar na história e assumir um papel quase de detetive, antecipando os “truques” da personagem principal. À mínima desatenção, escapa um pormenor relevante e, aquilo que parecia uma ação simples, é desvendada como um plano complexo. Já Omar Sy volta a entregar uma performance competente, atribuindo ao seu Diop um conjunto de atributos que o tornam uma das personagens mais interessantes atualmente no streaming. Ter um dos atores franceses mais in e bem-sucedidos da atualidade é, aliás, mais um sinal do sucesso das plataformas (e do seu poder de aquisição).
Por sua vez, a parte 2 é uma versão melhorada da primeira, uma vez que, sem necessidade de apresentar o contexto, o criador George Kay pode concentrar-se apenas na ação corrida, com os avanços e recuos necessários para explorar cada tema. Além do confronto central, «Lupin» encontra mais linhas narrativas secundárias, a par de novas relações, e dá mais palco a Ben (Antoine Gouy) e Juliette Pellegrini (Clotilde Hesme), que se tornam mais ativos e interventivos no que acontece.
“O que faria Lupin?”. A pergunta que acompanha Diop há largos anos faz mais sentido do que nunca. O protagonista reinventa-se através dos livros de Maurice Leblanc que, 70 anos depois da sua morte, atinge uma popularidade inesperada e é interveniente, ainda por que por associação, da história.