Recém-divorciada, podre de rica e desequilibrada. A combinação desastrosa é o mote que lança Molly Novak (Maya Rudolph) no enredo de «Loot», que tem os três primeiros episódios em estreia esta sexta-feira na Apple TV+.
Molly Novak (Maya Rudolph) tem uma vida aparentemente perfeita em «Loot», mas tudo cai por terra quando descobre que o marido, John (Adam Scott), a tem traído com Hailey (Dylan Gelula), muito mais nova do que ela. Casados antes de John Novak fazer fortuna no mundo da tecnologia, Molly acaba por ter direito a metade da riqueza do magnata e dá por si a viver uma vida mais luxuosa do que nunca com vários milhões de dólares prontos a gastar. A má impressão deixada por Molly um pouco por todo o mundo acaba por fazer soar os alarmes de Sofia (MJ Rodriguez), a responsável de uma fundação humanitária que a personagem de Maya nem se lembrava que tinha.
Inesperadamente, e depois de largos meses à deriva, Molly encontra na fundação uma motivação para a sua vida, ainda que não saiba muito bem como aplicar toda a sua iniciativa. A falta de tato e noções básicas de vida em comunidade levam a que, de início, a bilionária caia com facilidade no ridículo; no entanto, descobre em Sofia um apoio importante. Ao mesmo tempo, percebe também como estava mergulhada num mundo vazio e repleto de futilidades.
«Loot» tem em Maya Rudolph o seu principal trunfo e não tem problemas em usá-lo. A narrativa gira totalmente à volta da personagem, que mostra uma grande profundidade, com uma boa dose de comédia. Querida pelo público e pela crítica em geral, a atriz arrecadou quatro Emmys nas últimas duas cerimónias e continua a surfar na onda da sua popularidade para virar as atenções para a nova aposta da Apple TV+, que conquista pela sua simplicidade. A série foi desenvolvida por Matt Hubbard e Alan Yang, os mesmos criadores de «Forever», uma das agradáveis surpresas da Amazon Prime Video em 2018, mas que não teve a atenção devida.
No elenco destacam-se também Nat Faxon, Ron Funches e Joel Kim Booster, além de um rol de colegas e funcionários estereotipados, capazes de garantir algumas risadas. Além de comédia, «Loot» funciona como um interessante comentário social, que traz ao de cima o melhor e o pior do mundo das causas sociais.