Com sequências de perseguição de carro capazes de matar Vin Diesel e a sua «Velocidade e Furiosa» de inveja, o thriller fantástico «Jupiter’s Moon», uma das maiores apostas comerciais do circuito europeu entre os concorrentes à Palma de Ouro de 2017, mostrou a Cannes que a Hungria também é capaz de produzir espetáculos audiovisuais carregados de adrenalina. Isso porque o país responsável de cultos como «O Filho de Saul» e «O Cavalo de Turim» é mais conhecido por narrativas transgressoras mais contemplativas do que o padrão pipoca. Mas há um sabor pop na nova (e mais madura) longa-metragem de Kornél Mundruczó (de «Delta» e «Deus Branco»), que parece até um filme de super-heróis, por ter um personagem voador. Misto de fantasia, drama social, suspense e denúncia política, a longa de Mundruczó acompanha o corrupio de perigos em que o refugiado Aryaan (Zsombor Jéger) se envolve após ser baleado gravemente e descobrir que pode não apenas regenerar as suas feridas como pode flutuar. Um médico alcoólatra e decadente, incumbido de cuidar de imigrantes ilegais, o dr. Stern (Merab Ninidze, em atuação impecável), tentará tirar proveito dos dons do rapaz, o seu paciente. Mas, aos poucos, os dois vão travar uma amizade cerzida a desabafos que expõem as feridas abertas do Velho Mundo.

Título original: Jupiter´s Moon Realização: Kornél Mundruczó Elenco: Merab Ninidze, Zsombor Jéger, György Cserhalmi. Duração: 129 min. Húngria/Alemanha/França, 2017

[Crítica publicada originalmente na revista Metropolis nº 50, Junho 2017]

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