Desde o regresso à realização com «The Fighter – Último Round» (2010), David O. Russell é um realizador renascido e com um toque de Midas. Os seus filmes passaram a focar pessoas normais com histórias extraordinárias que têm deliciado as audiências e lhe valeram um punhado de prémios. «Joy» não é uma excepção nesta linhagem. Com um elenco de perder de vista, liderado pela talentosa Jennifer Lawrence, o filme relata uma história da infância à idade adulta de uma protagonista que nasce com sonhos, adormece e acorda para a vida 17 anos depois para alcançar a todo custo os seus objectivos. Não é apenas uma história do sonho americano, é um daqueles relatos inspiradores para todos os empreendedores, onde se observa não só as virtudes mas sobretudo as dificuldades que definem a personalidade do génio no interior de cada pessoa. A personagem de Joy Mangano (Jennifer Lawrence) é inspirada numa figura verídica, uma mulher de sucesso que nasce num lar disfuncional, tem um casamento fracassado e vive refugiada do mundo até que dá um murro na mesa e decide aventurar-se com os seus inventos criando um império perante a rivalidade da irmã e o cepticismo da família. É uma obra ainda subvalorizada, a sua composição é caótica e aparentemente crua mas no interior encontramos mais um triunfo no génio de David O. Russell.
* «Joy» estreia em Novembro na HBO Portugal.