Fenómeno de popularidade de forma ininterrupta há cinco anos, o musical «Hamilton» chega finalmente a terras lusas pela mão do streaming Disney+. O elenco original gravou uma das suas performances na Broadway e o resultado final deveria estrear nos cinemas em 2021, depois de uma forte competição entre estúdios que a Disney venceu. No entanto, os planos foram alterados pela pandemia da Covid-19 e o musical entrou diretamente em casa dos norte-americanos… e em breve dos portugueses.
«Hamilton» é uma peça de teatro musical criada por Lin-Manuel Miranda, que começou também por interpretar o protagonista Alexander Hamilton. O versátil autor mostrou a obra ao mundo ainda “prematura”, numa das apresentações de poesia organizadas pelo então Presidente Barack Obama. A boa receção da ideia foi o catalisador que faltava para Lin-Manuel terminar a adaptação do extenso livro de Ron Chernow a musical, e recheado de hip-hop!
A peça conta, de maneira muito original, a vida de Hamilton. Da pobreza nas Caraíbas ao sucesso como braço-direito de George Washington, ficou conhecido por ser non stop e pela sua faceta política notável. Foi o primeiro Secretário do Tesouro dos Estados Unidos, e notabilizou-se também pela sua rivalidade com Aaron Burr, que terminaria em tragédia.
Mesmo para quem não é habitualmente adepto de musicais, «Hamilton» revela-se uma agradável surpresa. Seja pela densidade e boa execução da narrativa, seja pela abrangente lição de História dos Estados Unidos que acaba por ser recebida de maneira quase orgânica. Já o facto de predominar o hip-hop é igualmente uma surpresa inesperada e que resulta muito bem.
Do cast original “explodiram” nomes como Daveed Diggs, que agora protagoniza «Snowpiercer», ou Anthony Ramos, que também tem sido presença regular na TV e no cinema. Além disso, este último vai protagonizar a adaptação de «In the Heights», o primeiro musical de Lin-Manuel Miranda, ao grande ecrã.
Derivado ao seu sucesso, a peça já correu os Estados Unidos e chegou mesmo a Londres, onde também arrebatou vários prémios Olivier — nos EUA “limpou” a maioria dos Tonys no primeiro ano. Quando a Broadway estava a funcionar normalmente, continuava a ser bastante difícil conseguir bilhetes para a peça, até porque os poucos que iam sobrando eram extremamente caros.