Griselda: a incrível história de Griselda Blanco

Sofía Vergara regressa ao universo das séries quatro anos após o final de «Uma Família Muito Moderna», praticamente irreconhecível no papel de Griselda Blanco, a “mãe” do cartel de Medelín.

“O único homem de quem já tive medo foi uma mulher chamada Griselda Blanco”: a frase de Pablo Escobar dá o mote para «Griselda», a mais recente aposta da Netflix. Uma narrativa biográfica dinâmica e repleta de ação, com uma Sofía Vergara mais séria e implacável do que nunca. Em fuga para Miami, a mulher acaba por se envolver no competitivo mercado da droga e marcar a sua posição, que deixou uma marca histórica no narcotráfico colombiano.

Quando Griselda escapa, com os três filhos, para Miami, há apenas uma coisa que lhe dá uma réstia de esperança: a cocaína que trouxe escondida no voo. Num mercado liderado por homens, Griselda assume uma postura arriscada e verdadeiramente revolucionária, que a torna a “madrinha da cocaína”, e dá os primeiros passos daquilo que também seria a rota do sucesso de figuras como Pablo Escobar. Uma trama que, apoiada em muito drama e confronto, acaba por mostrar um novo lado de um tema muito trabalhado pelo cinema e pela televisão.

É curioso ver Sofía Vergara num papel mais sério e duro do que a sua “Gloria Delgado”, com outra exigência e responsabilidade de protagonismo. A sua personagem é o centro de tudo, e em torno de quem as storylines e os acontecimentos se vão construindo, ainda que por vezes com alguns ilusionismos e mistérios potenciados por uma linha não contínua. Do presente para o passado, de Medelín para Miami, de Miami para Medelín, são muitas as viagens que a trama faz e que vão dando mais informação ao espectador.

Ao mesmo tempo, as autoridades vão desenvolvendo a sua investigação, com Griselda a estar no sítio errado à hora errada desde bem cedo. Isto evidencia também a desvalorização da mulher na sociedade de então, enquanto os feitos da protagonista contrariam essa visão estereotipada. De igual forma, a série da Netflix desafia a perceção daquilo que é uma boa ou uma má pessoa, assim como as atitudes que podem ser tomadas para sobreviver, num primeiro momento, e por ganância.

A mais-valia de «Griselda» prende-se sobretudo com o facto de dar voz a um nome menos conhecido do tráfico de droga para os Estados Unidos, e da criação de uma linha direta entre o país e a Colômbia. Também a originalidade como transporta a droga e depois a vende marca a diferença, já que a sua aparente falta de experiência e força a leva a criar rotas alternativas. No entanto, o contacto com o mundo brutal do narcotráfico influencia a sua personalidade e, aos poucos, Griselda vai dando a conhecer lados mais obscuros.

O elenco conta com nomes como Alberto Guerra, Juliana Aidén Martinez, Martín Rodríguez, Jose Velazquez, Orlando Pineda, Martín Fajardo, Fredy Yate, Christian Tappan e José Zúñiga, entre outros. Esta é uma criação de Carlo Bernard, Ingrid Escajeda, Doug Miro e Eric Newman, com realização de Andrés Baiz.