Estreia esta noite, pelas 22h10, no TVCine Emotion a nova série «Council of Dads». A trama é protagonizada por Sarah Wayne Callies (Prison Break) e Clive Standen (Vikings, Taken), dois rostos bem conhecidos do público português.
O cancro volta a ser protagonista de uma história sem final feliz. Mas nem todos os “fins” o são verdadeiramente. Perante a chegada iminente da morte, Scott Perry (Tom Everett Scott) organiza uma equipa de confiança para que, na sua partida, ajude a mulher Robin (Sarah Wayne Callies) a cuidar dos seus filhos. O trio de luxo é composto por um grupo bastante heterogéneo: Anthony Lavelle (Clive Standen), Oliver Post (J. August Richards) e Larry Mills (Michael O’Neill).
Afetado inesperadamente por um cancro, revelado por um exame de rotina, Scott vê a sua vida mudar drasticamente. E nem a vitória inicial o deixa mais otimista, para desagrado de Robin. A algum custo, consegue convencer a esposa da necessidade de um “conselho de pais”, para que possam contribuir com ensinamentos “de pai” aos seus filhos. Ou seja, que ocupem, por assim dizer, o seu lugar durante um ano.
Embora o conceito da série seja tendencialmente machista e tradicionalista, no sentido em que aponta fragilidades à figura maternal que apenas podem ser colmatadas por um homem, há ideias positivas a retirar de «Council of Dads». Por um lado, a forma como a narrativa aborda a dor é complexa, emocional e explorada pelo núcleo central de personagens de forma transversal. Por outro lado, evita-se a simplificação — denunciada acima — das questões de género. Ao contrário do que seria de esperar, são aprofundadas, por exemplo, através de uma das personagens, que não se identifica como rapariga.
Entre o drama e a comédia, «Council of Dads» mostra-se uma série versátil e que explora um vasto conjunto de emoções. É fácil identificarmo-nos com a dor alheia, pelo que a empatia acontece com facilidade e naturalidade. A perda na sequência de algo tão violento como o cancro, que vai destruindo silenciosamente os pilares de uma família, é suplantada pela vontade de continuar a viver. Há um escape da dor, no episódio piloto, que força as personagens a continuar a viver. Mas, já se sabe, as aparências enganam.
Com um elenco forte, até entre os mais jovens, «Council of Dads» funciona como uma terapia da dor: para os intervenientes da ficção e também para os da vida real. E, no meio da narrativa, surge também a esperança.