A Apple TV+ estreia já dia 12 a série «City on Fire», uma adaptação do livro com o mesmo nome, da autoria de Don Winslow. Ao contrário da história original, a ação tem lugar nos anos após a tragédia do 11 de Setembro.

Embora aproveite muito do que é a essência do livro com o mesmo nome, de Don Winslow, «City on Fire» procura contar uma história mais moderna e com uma ligação íntima e traumática às perdas do 11 de Setembro. Da Nova Iorque dos anos 70, na altura dos homicídios de David Berkowitz/Son of Sam, para os anos 2000, a aposta da Apple TV+ coloca no centro da narrativa um grupo de adolescentes revoltados, capazes de quase tudo por um rasgo de adrenalina.

City on Fire

Charlie (Wyatt Oleff, o jovem Peter Quill e Rumplestiltskin) é um miúdo aparentemente tranquilo, que perdeu o pai durante o 11 de Setembro. A lidar com a dor da perda e as turbulências do crescimento, tem de se deslocar regularmente à cidade para ter o devido acompanhamento psicológico. É numa destas deslocações que reencontra Samantha (Chase Sui Wonders), ex-colega agora na faculdade, e os dois tornam-se grandes amigos. Ele espera algo mais, mas a sorte atraiçoa-o, pelo menos numa primeira fase. E, depois de um afastamento de meses, nada parece como antes. Sam não tem as melhores companhias e, tal como o arranque do episódio piloto anuncia, vai sofrer um ataque possivelmente fatal.

À margem da sociedade, Nicky (Max Milner) e companhia procuram o caos, seja nas drogas, seja nos incêndios que vão provocando um pouco por toda a cidade de Nova Iorque. Sem qualquer cuidado com o bem-estar alheio ou o impacto das suas atitudes, o grupo não olha a meios para atingir um pouco mais de êxtase. Perdida no meio dessa efémera sensação de poder, Sam começa, progressivamente, a destoar do resto do grupo. A história do quarteto é paralela a outra das narrativas centrais de «City on Fire», relacionada com a família de William (Nico Tortorella), nomeadamente com o namorado Mercer (Xavier Clyde), a irmã Regan (Jemima Kirke) e o cunhado Keith (Ashley Zukerman).

Criação dos mesmos autores de «Gossip Girl», Josh Schwartz [também de «The O.C.»] e Stephanie Savage, «City on Fire» pouco tem a ver com a a série que tentas alegrias lhes deu. Um amontoado de acontecimentos e storylines, a nova aposta do streaming quer ir a todo o lado, com ações umas atrás das outras, mas parece, no fim de contas, incapaz de sair do sítio. Fumo sem fogo, a série passa ao lado de um livro muito popular, e que tinha causado alguma curiosidade entre a audiência. Entre liberdades criativas e personagens reinventadas, «City on Fire» fica aquém de todo o seu potencial.

Uma série de pessoas questionáveis e atitudes sem pudor, a aposta da Apple TV+ tenta retratar uma sociedade em ebulição na sequência de um acontecimento histórico sangrento e que ficará gravado na história para sempre. A convalescença é dolorosa e, na “hora H”, a coragem de nada vale no mundo dos covardes.

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