A Amazon Prime Video estreia esta sexta-feira «Citadel», uma série pensada para ser um franchise de sucesso, com Richard Madden e Priyanka Chopra Jonas ao leme da primeira temporada. Descubra o que a Metropolis tem a dizer, após assistir aos três primeiros episódios.
O melhor é irmos logo diretos ao assunto: «Citadel» não é uma série para quem quer ser surpreendido/a. A série de ação e thriller do Prime Video, que despertou muita curiosidade pelo investimento e pela amplitude geográfica da narrativa, não marca pela sua inovação. A segurança da trama é exatamente o oposto; isto é, diz ao que vem e a audiência sabe com o que pode contar, ainda que com espaços para reviravoltas e acontecimentos inesperados, sobretudo entre episódios. Ao mesmo tempo, apresenta um drama sexy de agentes sombra, que têm como principais representantes Mason Kane (Richard Madden) e Nadia Sinh (Priyanka Chopra Jonas), bem como um Bernard Orlick (Stanley Tucci) em modo de “M” à 007.
Não obstante, e por ironia do destino, é a sua previsibilidade e lado cliché que lhe dá a estrutura sólida para atiçar a curiosidade de quem vê a série. «Citadel» é uma aposta fácil de ver e com um truque antigo que resulta (quase) sempre: um final com uma revelação que justifica a visita na semana seguinte.
Mason e Nadia têm uma storyline que é sugerida ao público, quando os dois se encontram num comboio com a mesma missão, instruídos por Bernard. No entanto, quando a viagem sofre um twist explosivo e a dupla acaba separada e sem memória, «Citadel» toma um rumo mais turbulento do que seria de esperar. Mas, afinal, o que é Citadel? Trata-se de um grupo de agentes secretos, sem lealdade a nada nem ninguém, que sofre um ataque vil e brutal (supostamente com origem num dos seus) e é dada como terminada. Só que, oito anos depois, os “mortos” regressam para reclamar o que é seu por direito.
Com novas vidas e apenas uma imagem frágil um do outro, Mason e Nadia têm de trabalhar em conjunto para travar uma força opositora temível e poderosa, envolvida numa conspiração de alcance global. Longe de serem quem foram no passado, como vão os dois conseguir conciliar o reencontro entre si e com a própria vida profissional que, até então, desconheciam?
Entre mistério, tortura e morte, vai-se estruturando uma narrativa muito complexa e entrelaçada, onde a audiência vai tendo pistas do que pode esperar. Apesar de, tal como dito inicialmente, não se tratar de uma série surpreendente, «Citadel» é competente no seu papel e, com episódios entre os 30 e os 40 minutos, vai acelerando rumo às respostas que irão dar sentido ao argumento. Há, todavia, alguma desconfiança do sucesso da empreitada, por ser uma ação concentrada em seis episódios relativamente curtos. Será que a série produzida pelos irmãos Russo pode confiar na intensidade dos seus dois protagonistas?
Leve e descomprometida, «Citadel» não é uma série para “deitar fora”, ainda que a generalidade das opiniões possam vir a dizer o contrário. Das duas uma: ou os truques de argumento vão prender a nossa curiosidade, apesar de já termos feito esta viagem mais vezes, ou vamos confirmar como se pode gastar muito dinheiro para fazer uma espécie de reboot apressado à Jason Bourne (piada que a própria série faz). Sucesso ou não, a verdade é que já há spin-offs em carteira para dar continuidade à aposta que estreia esta sexta-feira, 28, no Prime Video.
Além dos atores já mencionados, no elenco encontramos ainda nomes como Lesley Manville, Ashleigh Cummings, Roland Møller, Nikki Amuka-Bird e Pedro Leandro (que fala português num dos episódios).