«Chucky» estreia daqui a pouco, pelas 21h15, com episódio duplo no canal Syfy Portugal. A saga do boneco assassino continua em formato série, com a promessa de um ciclo bombástico com a storyline dos filmes.

O terrível boneco “Good Guy” está de volta, desta vez no pequeno ecrã. «Chucky» recupera a saga do boneco mais assassino do mundo, que é adquirido pelo tímido adolescente Jake Wheeler (Zackary Arthur) numa venda de garagem. O aspirante a artista, que cria estruturas com base em bonecos retro, leva Chucky para casa com o intuito de o usar na sua obra, e é aí que começam os problemas. Fica a nota que a série não se destina exclusivamente a fãs dos filmes, uma vez que cria muito bem o contexto e as ligações ao passado da personagem, dando sucessivamente pistas ao espectador acerca da forma como toda a história se relaciona.

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CHUCKY — “Death by Misadventure” Episode 101 — Pictured: (l-r) Alyvia Alyn Lind as Lexy Cross, Chucky, Zackary Arthur as Jake Wheeler — (Photo by: Steve Wilkie/USA Network)

Os homicídios estão a aumentar em Hackensack: o podcast de Devon (Bjorgvin Arnarson) traça a realidade da pacata localidade, onde Jake vive com o pai Luke (Devon Sawa). O foco social é balanceado pelo familiar, pelo que desde cedo descobrimos a rutura entre o protagonista e os tios Logan (Devon Sawa) e Bree (Lexa Doig) e o primo Junior (Teo Briones), que também é aluno na escola de Jake. Lançado o mote da trama, com núcleos estabelecidos, está tudo a postos para Chucky dar início ao seu mar de sangue.

“Hey, wanna play?”, a frase de Chucky traz alguma nostalgia e coloca o argumento em movimento, posicionando os variados intervenientes na sua zona de atuação. Com o seu posicionamento assumido de forma relativamente rápida, as personagens são levadas ao extremo para alimentar desde cedo o interesse na narrativa e, numa sucessão de cenas, retirar o protagonista da sua zona de conforto. No entanto, quando perceber quem é afinal Chucky, será Jake um adversário do assassino ou um aliado de peso?

Também uma série sobre bullying e underdogs, «Chucky» tem um subtexto forte aliado ao seu argumento de terror psicológico, leve, embora sustentado por personagens estereotipadas e vilões anunciados. Como tal, uma das críticas mais fáceis e automáticas é mencionar o elenco algo tenrinho, mas a verdade é que este serve a premissa e o pressuposto da série. Através do exagero e da violência, «Chucky» caminha para completar o ciclo iniciado pelos filmes, como é percetível pelo cameo discreto de Tiffany Valentine na altura da venda de garagem… e sobretudo mais tarde na história.

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