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ASSALTO À CASA-FORTE

ASSALTO À CASA-FORTE

Em «Assalto à Casa-forte» recuamos ao ano sagrado de 2010 para os nossos irmãos espanhóis: nesse verão, a gloriosa Espanha debatia-se com o início de uma terrível crise financeira que mandaria milhões para o desemprego e lançaria as bases para o aparecimento dum movimento de extrema-direita, o Vox, ressuscitando os velhos fantasmas do franquismo, da xenofobia e machismo tóxico, históricos na secular caminhada até ao século XXI. Porém, ao mesmo tempo, o futebol enlouquecia multidões nas “calles” espanholas com a magia de Xavi e Iniesta, e a segurança de Casillas na baliza espanhola (e o romance televisionado com a futura mulher, a jornalista Sara Carnbonero) a carregarem a “fúria” espanhola até ao jogo final com os Países Baixos, ou Holanda.

Este é o cenário de «Assalto à Casa-forte», o novo trabalho de Jaume Balagueró, cineasta de créditos firmados, cuja carreira acompanhamos desde o terror de «Rec», assinado no virar do século e estreado em Portugal. Protagonizado por uma estrela maior da série da HBO, «A Guerra dos Tronos», Liam Cunningham, aqui Walter, é um caçador de tesouros que ambiciona roubar um dos cofres mais bem guardados do mundo, o do Banco de Espanha. A equipa estava formada, só faltava um cérebro para desmontar o esquema de segurança do cofre. Viajamos para Londres no início do filme, tal como os corsários ingleses comandados pela Rainha Isabel de Inglaterra navegavam por águas do novo mundo à procura do saque dos galões castelhanos carregados de ouro e prata das Américas. Faltava um jovem inglês para completar a equipa que iria saquear um dos maiores tesouros da Espanha fechado no maior cofre da Europa. Walter recruta Thom, composição do jovem ator britânico Freddie Highmore que vimos em «Charlie e a Fábrica de Chocolate» e «À Procura da Terra do Nunca», um jovem inteligente disposto a abrir o impenetrável cofre e a embarcar na aventura em vez do triste emprego a ganhar milhões atrás da secretária, prometido pelo pai. Afim de garantir o êxito da missão há que passar pela segurança apertada de Gustavo Medina – excelente composição do ator castelhano José Coronado – chefe de segurança do banco. Só terão uma hipótese – quando a Espanha jogar a final do Campeonato do Mundo! Os modernos “saqueadores” tem exatamente 90 minutos para entrar no banco, encontrar o cofre e resgatar o tesouro.

Dito tudo isto, e o texto já vai longo, o «Assalto à Casa-forte» é uma excelente oportunidade de se reencontrar com a sala de cinema, pois ganha dimensão na sala escura e num écran assinalável. Excelente ritmo assente num argumento inteligente, sem muito espaço para diálogos desnecessários ao desfecho final. Reúnam um grupo de amigos ou amigas, pois os filmes de aventuras são para todos e todas, e vejam este numa sala de cinema perto. É um grande filme de aventuras! Atenção Steven Spielberg…

«Assalto à Casa-forte» estreou no passado dia 9 de setembro e continua em exibição.

Título original: Way Down Realização: Jaume Balagueró Elenco: Freddie Highmore Astrid Bergès-Frisbey Sam Riley, Liam Cunningham, Luis Tosar, Famke Janssen. Duração: 118 min. Espanha, 2021