Depois de uma passagem fugaz por «The Mandalorian» e «The Book of Boba Fett», Ahsoka Tano ganhou uma série a solo no catálogo do Disney+. O universo Star Wars continua a expandir-se à velocidade da luz.

Ao contrário de outras personagens da franquia Star Wars, Ahsoka Tano (Rosario Dawson) surgiu nas animações «The Clone Wars», cresceu na narrativa e tornou-se mais popular entre os fãs, atingindo o ponto mais alto da sua jornada com «Ahsoka». Isto depois de um pequeno cameo sonoro em «Star Wars: Episódio IX – A Ascensão de Skywalker» (2019).

Depois da queda do Império Galáctico, a ex-cavaleiro Jedi Ahsoka segue uma missão solitária em busca de respostas, nomeadamente relativamente ao companheiro Ezra Bridger (Eman Esfandi), celebrado na atualidade da série pela sua capacidade de sacrifício. Para, eventualmente, obter respostas, Ahsoka e companhia tentam encontrar o Grand Admiral Thrawn (Lars Mikkelsen), enfrentando obstáculos esperados e inesperados, que podem trazer surpresas brutais.

À imagem de outras séries da saga, «Ahsoka» é uma série bem ritmada, com muita ação e diálogos curtos, onde parece estar sempre algo a acontecer. Com um núcleo central composto, maioritariamente, por personagens femininas, estabelece três linhas relacionais: com Sabine Wren (Natasha Liu Bordizzo), antiga aprendiz de Ahsoka, Hera Syndulla (Mary Elizabeth Winstead), a principal ligação Rebelde da protagonista, e Morgan (Diana Lee Inosanto) como adversária – até chegar ao provável conflito com Thrawn.

A nova série vem provar, uma vez mais, que não há limites para o que se pode fazer em sagas como Star Wars ou O Senhor dos Anéis, entre muitas outras – podem criar-se narrativas inéditas, dar protagonismo a personagens mais pequenas, desenvolver acontecimentos nunca mencionadas – definindo-os apenas temporalmente – e até fazer a vontade da audiência ao dar séries em nome próprio a fan favourites. Uma receita de sucesso que, apesar de nem sempre cumprir as expetativas, tem uma fanbase muito bem definida. E, como há sempre ligações, há necessidade de ver tudo para conhecer o universo ficcional a fundo.

Consistente e interessante, «Ahsoka» cumpre o que promete e, além dos vários momentos de ação, problematiza também os problemas próprios de quem combateu um dos Impérios mais impactantes da ficção, e ainda lida com os resíduos que deixou, além do perigo constante de se ver privado da sua liberdade. Há também problemas do passado, desde logo entre Ahsoka e Sabine, que vão despertando alguma curiosidade em torno do que aconteceu.

[Texto publicado originalmente na Revista Metropolis nº98, Setembro 2023]

https://www.youtube.com/watch?v=qHvfzVCvCtw
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