«A Casa da Senhora Peregrine para Crianças Peculiares» é baseado no romance homónimo de Ransom Riggs e encaixa que nem uma luva no universo fantástico de Tim Burton. O filme partilha inúmeras semelhanças com a obra do autor, por exemplo, a batalha entre a luz e as trevas e personagens bizarros em cada esquina. O enredo de aventura remete Jake (Asa Butterfield uns furos abaixo do expectável), um adolescente da Flórida, até a uma ilha galesa após assistir à estranha morte do avô. Jake tenta descobrir a veracidade por detrás dos relatos e imagens surreais que o avô lhe relatou na sua infância. Na ilha galesa, Jake descobre um mundo paralelo onde crianças especiais vivem num limbo e tentam sobreviver face à ameaça de monstros que comem, literalmente, as crianças e são liderados por Barron (Samuel L. Jackson em ponto rebuçado). É uma fábula que combina várias sensibilidades: o romance, a aventura e uma vertente sinistra que testa os heróis da história. O destaque vai para Eva Green, ela é excepcional, sexy e feminina na sua interpretação física, replica na figura humana os tiques do seu alter ego, o falcão peregrino. Os valores de produção são do melhor, com vários colaboradores regulares de Burton a fazerem maravilhas pecando apenas pela direção de fotografia. Apesar da falta de entrosamento dos personagens e a narrativa episódica, os fãs de Tim Burton não vão querer perder esta obra.
Título original: Miss Peregrine’s Home for Peculiar Children Realização: Tim Burton Elenco: Eva Green, Asa Butterfield, Samuel L. Jackson. 127 min. EUA/Bélgica/Reino Unido/Canadá, 2016