O Apple TV+ estreia amanhã, 21, o promissor documentário «1971: The Year That Music Changed Everything». Em oito episódios, a série traça o perfil de um ano complexo, onde os músicos assumiram um papel ativo e, nalguns momentos, decisivo.

Há muitas formas de analisar o passar do tempo, mas «1971: The Year That Music Changed Everything» encontrou, sem dúvida, uma das mais originais. É através da música que o Apple TV+ retrata a realidade de há 50 anos, da turbulência dos ecos da Guerra do Vietname ao desespero dos refugiados, passando por uma cultura em mudança. Os músicos são veículo da mensagem, relatando ou influenciando a realidade em que vivem. A série do Apple TV+ tem como base o livro 1971 – Never a Dull Moment : Rock’s Golden Year, de David Hepworth.

Uma coisa era certa: a revolução estava a caminho. Essa vontade ecoava nas ruas, na organização de protestos, em ações ilegais de ativistas… e na música. O mundo estava atento e os clássicos daquele tempo denunciavam isso.

1971: The Year That Music Changed Everything

Entre imagens de arquivo, muitas raras, e áudios de cantores, produtores e políticos inconfundíveis, «1971: The Year That Music Changed Everything» alia um argumento cativante a um conjunto de “pérolas” irresistíveis, que vão desde histórias pouco conhecidas a novas perspetivas em relação a clássicos e à forma como surgiram. “What’s Going On”, de Marvin Gaye, está intimamente ligada à jornada do irmão Frankie no Vietname, uma luta considerada inútil sobretudo pelas gerações mais jovens. Em “I Don’t Wanna Be A Soldier Mama”, John Lennon expressa-se sobre o mesmo tipo de problemas, enquanto o também ex-Beatle George Harrison abraça a causa do Bangladesh.

Imagine. O álbum de John Lennon ajuda-nos, numa primeira fase, a perceber melhor o ano de 1971; um ano após o fim dos The Beatles. Mas este é um ano repleto de discos clássicos e inesquecíveis, que ajudam a construir a história de cada episódio, como Soul Revolution (Bob Marley & The Wailers), Who’s Next (The Who), Hunky Dory (David Bowie), What’s Going On (Marvin Gaye), Sticky Fingers (The Rolling Stones), The Cry of Love (Jimi Hendrix), 17-11-70 (Elton John) e Love It to Death (Alice Cooper), entre muitos outros. Muitos podem ser bem familiares, mas será que sabemos tudo sobre eles?

Não é só de política que se fala em «1971: The Year That Music Changed Everything», ainda que esta assuma um papel muito importante. Falamos de uma sociedade a viver no limite, com abusos, drogas, violência e ativismo radical. Algo que é julgado pelos padrões tidos como normais e, em consequência, gera ainda mais revolta. O certo e o errado confundem-se e nem sempre é fácil destrinçar esse dilema. Já a mensagem, essa, é transmitida através da música. Enquanto algumas relatam acontecimentos, outras inspiram e chegam mesmo a influenciar a ação de multidões.

«1971: The Year That Music Changed Everything» é mais um sinal positivo do streaming Apple TV+. Com menos variedade no catálogo e menos espaço mediático que os restantes serviços, continua a dar cartas com a aposta em mais uma série de qualidade. Esta é um projeto que conta com Asif Kapadia e James Gay-Rees como nomes fortes, depois de arrebatarem um Óscar pelo documentário sobre Amy Winehouse.

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