Estamos num dos restaurantes mais caros de Paris, em plena Torre Eiffel. O agente secreto 007 está sentado a uma mesa. E, ao mesmo tempo que uma encantadora de borboletas atua no palco, um homem é morto e um vulto de negro sai de cena… James Bond sai no seu encalce. E é quando sobe as escadas da torre, que o seu espaço se cruza com o de Nick Rhodes, o teclista, que tira fotos a uma modelo. Ali perto John Taylor usa uma pistola escondida num óculo. Andy Taylor, guitarrista, finge ser um cego que toca concertina. Roger, o baterista, monitoriza a ação numa carrinha e, adiante, o vocalista diz o seu nome: Le Bon, Simon Le Bon… Estas são memórias do teledisco que em 1985 acompanhou o lançamento de «007 – Alvo em Movimento», o derradeiro filme do consulado Roger Moore como 007. A presença da música dos Duran Duran é apenas um dos ganchos pop de um filme onde encontramos ainda Grace Jones como uma das más da fita e Christopher Walken como um (magnífico) vilão. Sinais dos tempos, o filme cruza heranças clássicas da aristocracia Bond (um criador de cavalos com palácio francês) e escuta sinais de modernidade ao tomar a produção da indústria electrónica como alvo a defender. É claramente um filme menor da série. Mas em nenhum outro vemos um par de óculos escuros como o que Grace Jones usa numa das cenas. Nuno Galopim
Título original: A View to a Kill Realização: John Glen Elenco: Roger Moore, Christopher Walken, Tanya Roberts, Grace Jones, Patrick Macnee, Patrick Bauchau, David Yip, Fiona Fullerton, Manning Redwood, Alison Doody, Willoughby Gray, Desmond Llewelyn, Robert Brown, Lois Maxwell, Walter Gotell, Geoffrey Keen, Jean Rougerie, Daniel Benzali, Bogdan Kominowski, Papillon Soo, Mary Stavin, Dolph Lundgren, Bill Ackridge. Duração: 131 min. Reino Unido/EUA/Islândia, 1985
Tema musical: “A View To A Kill” – interpretação de Duran Duran, letra de Duran Duran e John Barry
[Texto originalmente publicado na revista Metropolis nº2, Outubro 2012]
https://www.youtube.com/watch?v=ZyvHssV3A68